domingo, 31 de outubro de 2010


 Minha boca
arde com teus lábios
nas noites solitárias
mas nunca senti o gosto
do teu beijo.

Meu corpo treme
quando penso em ti
ao longo dos dias chuvosos
que se arrastam madornentos
mas  nunca  teu rosto vi

Me  arrepio com  a leveza
dos teus dedos brincando
na minha pele. Mas nunca
senti a maciez do teu toque .

Amo-te com luxúria
nas noites insones
mas não conheço
a geografia  do teu corpo .

Dedico-te uma  poesia
Com  maestria e sofreguidão
num êxtase compulsivo
mas nunca te conheci 

Como posso
amar intensamente
um sujeito inexistente
que se diverte brincando
com a minha imaginação volitante ?

( Inspirada na poesia “Os Versos Que Te Fiz”  – Florbela Espanca


quarta-feira, 27 de outubro de 2010


A emoção é traiçoeira
prende-me nas asas
orvalhadas
da imaginação
Sinto-te pulsando
estranho e sedutor
 no meu coração                                                                            
expulso-o sangrando
com  sofreguidão

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

                                                                    
 Preciso trabalhar
Os textos didáticos me esperam
Tenho vontade de voar
Sair da terra
A velha raiva me cega
Forte
Dolorida
Decidida
Mexe com meu estômago
Sinto enjoo
Ânsia de vômito
Repulsa, ódio, rancor
Quero expulsar a dor
Passeio pela casa
O cheiro da carne putrefata
invade minhas narinas
São os velhos sentimentos
Rumino antigas emoções
A raiva me deixa sem ar
Não mudei
O amor é um estranho
desajeitado . Mexe. Provoca
Entro em processo obsessivo
Exaspero e desespero
Raivosa . Inquieta
Minha energia se esvai
O telefone toca
Não atendo
Alguém para chatear
Sugar meu sangue
rir da minha dor
Embrulhar minhas vísceras
Olho pela janela
Saio  da terra 
Preciso escrever
o que pulsa forte em mim
Quero sonhar 
A raiva não deixa.
Comanda meus sentimentos
direciona meus  pensamentos.
Sento e escrevo palavras
sem nexo.
Desconexas. Sem sentido,
como eu.,  embriagada de amor.
Surto em outra dimensão 
Raiva. Ira. Olho no
dicionário.
Não encontro palavras
para descrever meu martírio 
Fujo do que me envenena.
O amor. É  forte.
Intenso. Causa dor. Furor.
Cospe fogo !  Vejo dragões !
Vou até a gaveta.
rasgo meus pensamentos
A raiva cega.
Sinto . Pulso . Sangro .
Gemo . Rosno enlouquecida .
Padecida .
Amortecida.
Quase falecida.
Deito no chão frio .
Preciso de outra sensação
que não seja o amor 
Conheço o inferno
de perto . Continuo lúcida .
O teto volta a girar .
Olho pela janela.
Me perco no infinito vazio
Onde me encontro entorpecida.
Monstros e duendes me seduzem.
Riem de mim . Debocham.
Fecho os olhos. Entro em transe.
Vejo o inferno arder na minha pele 
Deleto o sentimento
Volto a  me encontrar
Inteira. Forte.
Sem sonhar
Drummond que me perdoe
Não consigo conjugar o
verbo AMAR



              
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

                                                 Na fria e densa madrugada
                                          acordo com os sentimentos em erupção
                                              procuro o calor do seu corpo
                                                 percebo a confusa  ilusão
                                                  de um mundo invisível
                                                      e inexistente
                                                      você só existe 
                                                     na minha fantasiosa
                                                            mente
                                                            

domingo, 3 de outubro de 2010


Sou dona do universo
e de verso em verso
 danço para te conquistar
rasgando a noite
em teus braços
refém e fiel
dos teus abraços
sigo no ritmo
da dança
com o coração
em descompasso
apaixonada
pelo teu cheiro
enfeitiçada
pelos teus passos







sou tango fora do compasso carro sem direção boteco sem cerveja corpo sem tesão desejo sem vontade violão sem cor...