Joguei rosas vermelhas

no túmulo do nosso amor

parti perdida em lembranças

num adeus sem rancor

Quero a leveza do vento

O sabor do vinho

Um motivo para viver

Um dia inteiro para me perder

Até enlouquecer

Conhecer outros corpos

Orgasmos

Sair do marasmo

Tirar sarro da vida

Brincar de feiticeira atrevida

E gargalhar até

tirar você do

meu pensamento

Tenho pressa

Uma pressa enorme

E a ansiedade me consome

Tremo

Prendo a respiração

Tenho pressa

de amar

 viver

sonhar

Pressa

de realizações

 de ser

querer

desejar

perder-me

para de novo

 me encontrar

e o relógio é implacável

avança

e a pressa aumenta

tenho pressa

de engolir o vento

correr na areia

explorar

tenho pressa

de morrer

pra encontrar

sei lá o que

Entrego-me inteira

para o seu prazer

com volúpia

urgências

mistérios

Entrego-me fogosa

dama incendiária

corpo em erupção

louca de tesão

pura luxúria

Entrego-me

no frio

no calor

de noite

de dia

de madrugada

no chão

na cama

na pia

na praia

na poesia

sem frescura

Entrego-me sem medo

quero o agora

o momento

me entregar

molhada

de corpo

alma

sentimento